quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ENTREVISTA COM POMB



1 – O que você assina? Pertence a alguma crew?

Assino POMB, e iniciei a NOC, Nação Ordinária Crew em 2002 com os parceiros IOWA e PLAI em Goiânia.

2 - Como o graffiti entrou na sua vida e como isso se tornou parte da sua vida e do seu cotidiano?

A partir da pixação, o fato de ter um spray na mão fez toda a diferença, a vontade que dá de apertar e sair rabiscando tudo é indescritível, é realmente mágico! Quando descobri que os desenhos que fazia no papel podiam ir para a parede eu fiquei maluco, e daí comecei e não consegui parar mais! Está inserido no meu cotidiano há 12 anos e pelo visto nunca vai deixar de estar.

4 - Como você define o seu estilo de graffiti?

Difícil definir um estilo, não sou muito de fazer letras, quando as faço são simples e com um personagem no lugar do “O”, gosto mesmo de experimentar, e criar muitos personagens.

5 – Qual é a sua relação com o bomb e com o ato de pintar na rua?

Admiro muito o role do bomb, realmente não faço parte, mas valorizo muito, acho que é a essência do Graffiti, e pintar na rua é o que move né? Domingão é dia de ir pra rua e tentar pintar ao máximo, seja legal ou ilegal, ta valendo, o que vale é somar e produzir!

6 – Conte um pouco da sua experiência em Barcelona, o que achou, o que mais
chamou atenção.

Barcelona é muito louca, a cidade respira arte e cultura, o curioso é que o Graffiti foi proibido por lá, o Ajuntamento (prefeitura local) coíbe qualquer manifestação de tinta na parede, se vc pinta num dia, no outro já estará limpo o pico, muito diferente do que ocorre aqui no Brasil, lá fora eles relacionam desde um tag, bomb a uma super produção como Graffiti, e realmente o povo não gosta, eles não querem isso na parede deles.

7 – Como era para pintar lá?

É um esquema completamente diferente do Brasil, aqui o graffiti é legalizado né? Tu pinta o dia inteiro um pico e ninguém vai te incomodar, vão passar, tirar foto e trocar ideia, lá vc vai tomar uma multa de 300 euros e vai ter seu material confiscado, lá realmente eu fiz mais bomb, pela noite de bike, rolava de pintar bastante, e mais porta de metal, que a prefeitura não apaga!

8 – Quais foram as suas principais influências e de que modo contribuíram para o desenvolvimento do seu estilo?

Todo esse universo folclórico que ronda o Brasil, mas falando de artistas do meio, acho que OsGemeos exerceram e ainda exercem grande influência.

9 – O que você acha que deve ser feito para promover o graffiti em Brasília?
Nada. Acho que quem quiser pintar vai pra rua e pinta isso por si só é uma promoção, agora esperar dos outros para promoverem o seu role é palhaçada, quem quer faz.

10 – Qual a sua visão sobre a arte urbana do Brasil em comparação a outros países? O que está faltando no Brasil? 
Acho que o Brasil não está atrás de nenhum país, talvez esteja até a frente, temos muitos artistas de peso, e muita cena rolando! Os gringos piram na produção que rola por aqui, com o tanto de cores e personagens que rolam nos painéis. O que realmente falta no Brasil é a valorização da cena e dos artistas, invés de gastar milhões pintando a cidade toda de cinza, deixando o buraco do Tatu completamente branco, sem graça, por que não investir num projeto pra colorir e trazer mais cultura para a cidade? Agora os caras pagam não sei quanto pra artista de fora vir pintar e todo mundo bate palma, então é isso que falta no Brasil, valorizar os artistas locais.










http://instagram.com/pomb_
http://vimeo.com/106278303

quarta-feira, 23 de abril de 2014

MAIS 1












Diretamente de Brasília a CREW MAIS1 vem dando cara nova ao Graffiti da capital!

Facebook: www.facebook.com/pages/SO-MAIS-1/139252006247218
Instangram: @mais1um

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Entrevista com Mil Art Chock





Depois de algum tempo...

Arte Rua DF entrevista:

MiL, da crew Art Chock nos conta um pouco de sua história.

1 – Como você  encontrou o caminho do graffiti? Como isso se tornou parte da sua vida e do seu cotidiano?

Na verdade eu comecei o graffiti através do tribal, sempre com referencias das tatuagens de chicletes, até como distração, e com isso teve um amigo que me apresentou a um amigo dele que já estava no mundo do graffiti.
Com isso, comecei a ter vontade de desenhar algo melhor do que eu fazia , que eram apenas rabiscos pontiagudos e pretos .

Quando você se envolve demais e se dedica a alguma coisa, como a arte, acaba virando parte do seu cotidiano, daí vamos aprendendo coisas novas e vamos querendo utilizá-las mais e mais vezes.

 2 - Como você define o seu estilo de graffiti?

O meu estilo é mais ‘’free hand’’, que quer dizer ‘’mão livre‘’.
Vou pintar com a galera e geralmente sai o que der na telha, mas ainda não saí do estilo 3D.


 3 - O que o grafitti representa na sua vida?

O graffiti, representa em minha vida novas portas para conhecimento de pessoas .
Te dá oportunidades de conhecer boas amizades e melhorar o entrosamento e reconstituir uma segunda família , está ai o por que agradeço por ter entrado na ART CHOCK .

4 – Qual é a sua relação com o bomb e com o ato de pintar na rua?

Respeito a opção de quem faz bomb, mas não sou muito fã dessa prática. Gosto de estar com a galera em um mural autorizado, dando muitas risadas e tendo tempo para pensar no que vou fazer, pois eu prefiro ter paciência para sair um trabalho com qualidade.

5 – Qual o lugar mais louco que já pintou?

Todos os lugares onde eu pintei foram muito bons , mas o lugar mais marcante mesmo foi em um evento  no P.Norte (Ceilandia –Df) , promovido pelo ‘RIVAS’ da F.T cruz. Esse para mim foi um evento que marcou muito desde quando eu comecei a grafitar.

6– Quais os empecilhos da vida de um grafiteiro?

Um empecilho que está sempre presente é o preconceito com o graffiteiro antes de conhecer a arte e o que ele tem a oferecer, pois ainda mesmo que a pessoa possa distinguir pichador do grafiteiro , na mente de muitas ou poucas somos marginalizados .

7 – Concorda com o aparecimento do grafite em galerias, que antes era só nas ruas?

Sim, concordo. Tudo tem seu momento de ternura, e a exposição da arte de cada grafiteiro exposto em uma galeria faz com que ao artista busque com vontade novas ideias, tornando aquele momento de ternura e as suas obras e chamando a atenção do publico presente.

8 – Quais foram suas influências e inspirações? A arte urbana tem influencia de pintores consagrados, como van gogh, monet, dali?

Influências eu tive poucas, mas inspirações sempre. Tenho como minhas inspirações todas as construções, casas, prédios, objetos, paredes, portas, quinas, etc... Por isso que meus trabalhos são bem quadrados.

9 – O que você acha que deve ser feito para promover o graffiti em Brasília?

Uma iniciativa boa foi a reunião de grafiteiro na estação GALERIA DOS ESTADOS. Realmente é preciso de união de todos nós para promover mais ainda a cultura do graffiti em Brasília.
Com isso espero que essa reunião dê um belo efeito para juntar e evoluir a galera no DF.

10 – Hoje, você vê o Brasil com um dos principais criadores de artistas no cenário mundial? Como você acha que deve ser o futuro do Brasil na Arte Urbana?

O Brasil não é um dos criadores de artistas no cenário mundial, mas leva seus artistas para fora com muita facilidade, pois temos grafiteiros com belos potenciais para estar representando o Brasil mundo a fora. O futuro? É uma coisa que eu já não posso te dizer, mesmo se eu quisesse eu não tenho como adivinhar, mas posso ter uma ficção de que será um pais que realmente vai dar valor cada vez mais na arte urbana , seja ela teatro de rua , músicos , dançarinos, entre outros .

terça-feira, 12 de junho de 2012

Entrevista com Gilmar Satão



Com muita honra apresento a vocês uma entrevista com Gilmar Satão, um dos primeiros grafiteiros aqui do Distrito Federal. Satão é uma referência importantissima para que está começando a pintar e a se interessar pela arte de rua de Brasília. É presidente da crew DF Zulu e já fez inúmeros eventos de graffiti por aí...




Arte Rua DF entrevista: Gilmar Satão
1 – Desde quando e como você começou a grafitar nas ruas?
Bom, meu nome é Gilmar Cristiano Eneas, tenho 39 anos. Conhecido na cultura Hip Hop de Brasília e nas ruas como Satão. Durante 10 anos da minha vida fui pichador, nessa época 91 e 92 eu e Supla andávamos pelas ruas pichando. Nessa ocasião o Supla começou a andar com o Sowtto e nisso acabou me apresentando ele.  Foi quando o Sowtto tinha um filme em VHS, chamado Beat Street (A loucura do Ritmo) isso já no finalzinho de 92, quando foi em 93 começamos a sair na rua pintando.  O primeiro graffiti que fizemos foi na casa do Supla. Foi especial para nós. Estávamos eu, Supla, Souto (nessa época era com U e apenas um T) e o Kid ventania. Fiquei impressionado com aquele trabalho. Simples, legível e colorido, como os graffitis do filme que tinha acabado de assistir. Nesse período estava ainda me decidindo sobre o meu futuro. Não sabia se pichava ou aprendia o graffiti. Fiquei dois anos me adaptando e decidindo isso de 1992 a 1994, quando estava completando 10 anos que pichava. Então nesse ano resolvi realmente parar de pichar e  a me dedicar realmente no graffiti. Desde os primeiros dias já praticava umas letrinhas. Engraçado ate hoje tenho o meu primeiro book guardado. Com as letras que o Sowtto e o Kid piravam.
Então começamos a ir realmente para a rua. Primeiro na casa do Supla, depois o muro de uma casa de um amigo que ficava na 18 da Ceilandia Norte. Valeu Erick pelo a oportunidade de começar na sua casa. Depois disso, bola pra frente, escola, rua, escolas, ruas... Formando assim o primeiro grupo de graffiti de Brasília. O antigo OS “3” S, que tinha o significado de Satão, Sowtto e Supla.

2 - Defina Arte Urbana.

Se viermos pelo conceito de arte, chegamos a analisar que arte é qualquer manifestação cultural, comunicativa e expressiva de cada pessoa, no processo cultural da sociedade. Quando se fala de arte urbana, acho que a forma de se expressar na rua, becos e vielas. Não importa a forma de se fazer e sim ir lá e fazer. Seja no aerógrafo (quando fazíamos graffiti antigamente), no spray, rolinho, stencil, stick, lambe-lambe, bomb, picho,pincel e principalmente atitude. Isso pode se dá o conceito de arte urbana.

3 - O que o grafitti representa na sua vida?
 A pessoa que faz graffiti tem vários momentos de analisar o termo em sua vida. São momentos particulares e únicos. É preciso saber se o graffiti está em sua vida como hobby, diversão, profissional ou apenas como moda. Há tempos o graffiti vem me abrindo  portas, isso me faz acreditar que tudo que construí,  se tornando parte da minha vida como “profissão” e como pessoa.

 4 – Você é um dos pioneiros da arte urbana no DF, como você enxerga essa ideia hoje em dia? Como é ver o que começou se espalhar por aí?
É interessante como as pessoas vêem o graffiti hoje. Não apenas os grafiteiros, mas toda a sociedade. É fato que toda cultura no seu começo sofre retaliações, discriminações e etc. O graffiti passou por isso e ainda enfrenta alguns momentos de transição. Mais as coisas vão mudando ao longo da história. Hoje me sinto feliz por fazer parte de uma cultura que ajudei a crescer e a desenvolver. Estou prestes a completar 20 anos de historia no movimento. Durante esses anos vi e ainda vejo gerações de talentos surgindo no graffiti. Aprendi muito com essas pessoas e posso acreditar através desses talentos que Brasília se tornou grandiosa no cenário nacional com o graffiti.

5 – Como é ser presidente de uma das principais Crews do DF?
Acredito que seja a forma de liderança mesmo. A CREW DF ZULU BREAKERS, há anos trabalha com os 4 elementos do Hip Hop. Aprendi que para dar continuidade a um processo, em alguns momentos tem que tomar a frente, é preciso ter a iniciativa para construir um conjunto de idéias. Alem de tudo isso, não poderia deixar de citar pessoas importantes nesse processo. Sowtto, Fokker, Soneka, Snupi, Tempo, Pena, Rdoze, Odrus, Guga Baygon, Kogu, isso na parte de graffiti. Temos também gerações e gerações dos B.boys que hoje representam a crew em diversas competições no Brasil, e em alguns países no mundo. Os B.boys que fazem parte dessa família: Luiz Sapo, Pipoca, Kid Ventania, Robledo, Índio, Borracha e tantos outros que passaram por essa geração e abriram caminhos para novas gerações vitoriosas, como o Galego, Rômulo, Tota, Leozim, Muxibinha, Migalha, Chips, Leandro, Luizim, Feijão (IM MEMORIA), Assis, The Bha, Neguim Ice Blu,Thayson, Tsu, Markim, Yuri, Carlton, Ronan, Perna, e tantos outros. Sem contar com os representantes da musica Grande X, do Cambio Negro e os DJs Tydoz e DJ Leo. Juntos fizemos essa crew ser respeitada nacionalmente, e aos poucos se tornando uma das principais de Brasília.

6– Como você define o seu estilo de graffiti?

Meu estilo é Wildstyle, ou seja, estilo selvagem. É a forma de colocar as letras juntas (entrelaçadas) e colori-las com varias cores.
7 – Você possui alguma conexão com a arte urbana de outros estados do Brasil?

Sim, costumo participar de alguns eventos de graffiti pelo Brasil.

8 – Quais foram as suas principais influências e de que modo contribuíram para o desenvolvimento do seu estilo?

Quando comecei a maior influencia foi mesmo o filme Beat  Street, consegui enxergar um ideal para mim. E também quando o DJ Tydoz comprava algumas revistas de RAP gringas (Rappager), sempre vinha com umas tirinhas de graffiti, aparecendo artistas lendários como: Modetwo, Copetwo, Cantwo, Bione, Cathone, Arab, entre tantos outros grafiteiros da época. Mais a maior influência mesmo veio de um amigo, o Sowtto, que sempre acreditou que era possível fazer uma mudança com cabeça das pessoas, e isso me foi acontecendo comigo desde começo. E hoje tem muita gente que se pode admirar: Minha crew é minha maior influencia, e alguns outros artistas como: Does, Fisek, Binho, Gemeos e etc.
9 – O graffiti ficou tão grande e valorizado que hoje em dia é feito até em decorações do interior de casas, propaganda de lojas, como você vê essa expansão?

A valorização veio através de muito trabalho e reconhecimento da arte urbana (graffiti). É  importante saber que as pessoas estão valorizando um trabalho que começou nas ruas e levando para dentro de suas casa. ISSO É GRAFFITI.
10 – Qual a sua visão sobre a arte urbana do Brasil em comparação a outros países? O que está faltando no Brasil?

Arte de rua é nua e cRUA, no Brasil existe muitas qualidades no contexto de interagir com a rua, muitas artistas brasileiros estão fazendo da rua sua galeria a céu aberto. O Brasil já se tornou um pólo de arte de rua. Alem de tudo alguns artistas têm que expor e correr atrás mais do que o normal. Fora do país, os artistas são dedicados em qualquer manifestação artística e aqui alguns artistas precisam de companhia para realizar alguma coisa.

11- Manda uma idéia para o pessoal que esta lendo esse blog.

A idéia é mudar pensamentos e atitudes com coisas positivas da pessoa. Sempre acreditar naquilo que você faz, se dedicando ao máximo para colher frutos em breve. Conheça a historia do seu povo e aprenda a desenvolver sua própria cultura. O GRAFFITI está nas ruas, para muitos pode ser moda, mas para aqueles que acreditam na cultura da rua, é PHODA.

sábado, 9 de junho de 2012

Entrevista com Narcélio Grud




O blog Arte Rua DF finalmente tem o prazer de postar uma entrevista com um artista brasileiro incrível, abrindo uma sessão de entrevista com artistas de outros estados brasileiros, mostrando a visão da arte de rua nacionalmente. Narcelo é um artista que possui um arsenal com técnicas e versatilidade. Nasceu e mora em Fortaleza, e como muitos artistas aqui do DF, já chegou a dar um giro pela Europa. O projeto amplia a sua visão e vai além do estado do Distrito Federal, alcançando pessoas com estilos de bastante diferentes resultando em opiniões diversificadas.

A primeira arte é de Narcelo, a segunda é seu auto-retrato pintado na frança por seu amigo Sismik Npk.

Também há alguns vídeos do trabalho de Narcélio na rua, confiram:

http://blip.tv/isaac-hacksimov/limpia-tu-coraz%C3%B3n-5492051

Vamos a entrevista,

1 – Desde quando e como você começou a grafitar nas ruas?
Meu inicio no graffiti se deu através da pichação, no início dos anos 90 aqui em Fortaleza. Foi meu primeiro contato com a tinta spray. Já nessa época, fazia junto a minha tag, alguns desenhos, ensaiando o que viria a fazer tempos depois. Migrei pra aerografia, pois a lata de spray tinha um custo alto e era de baixa qualidade, enquanto que o aerógrafo me possibilitava uma precisão de traços. Em 2007 comecei a ter contato com os materiais importados, que me instigaram novamente a utilizar o spray nos meus trabalhos.

2 - Defina Arte Urbana.
Arte urbana é toda a arte feita na rua, que usa como suporte mobiliário e utensílios da rua. Pensada para o livre acesso das pessoas. Pra mim, a arte urbana é livre, onde se pode utilizar do grafite, da escultura, de qualquer meio que possa ser utilizada para transmitir, impactar, instigar...

3 - O que o grafitti representa na sua vida?
O graffiti pra mim é uma diversão! Uma instigação que me impulsiona no dia a dia, que me faz feliz! É uma química massa que sinto quando estou pintando, uma espécie de transe... Entro nele e viajo... O tempo passa rápido e é sempre um aprendizado.

4 – Cheguei a ver alguns stickers no álbum do seu facebook, como você define seu estilo da sua arte?
Estou a procura de um estilo... Já consigo ver algum sinal de um DNA, de uma coisa que me acompanha nesse processo de busca... Gosto de tudo que me atrai e quero ser livre para poder experimentar, testar possibilidades, outros meios do fazer. Acho que quando achar um estilo vou procurar outra coisa...

5 – Vi que você espalhou alguns stickers pelo mundo, me conte como foi essa experiência. Além dos stickers chegou a pintar em algum lugar?
Na real não fazia trabalhos com stickr e lambe lambe, foi na minha primeira viagem ao exterior que comecei a fazer, porque não é tão simples pintar em outros países... Na Espanha, por exemplo, existem multas se você for pego grafitando na rua... Comecei a pintar em adesivos, em papel, porque daí ficava mais rápido de agir quanto a colocar o trabalho na rua. E dai por diante uso essas técnicas como forma de expressão.
Conhecer outros lugares, outras culturas é algo muito bom! Enriquece o espírito e muda o jeito que agente compreende o mundo... Outros meios de socialização, de estrutura urbana... Muito massa!!!

6 – Você possui alguma conexão com a arte urbana de outros estados do Brasil?
Tenho muitos amigos que trabalham com arte urbana em outras cidades... Já fiz trampos em algumas cidades e agora estou trabalhando na produção de um evento aqui em Fortaleza... Conexões muitas sendo realizadas.

7 – Já ouviu falar ou conhece a Arte Urbana de Brasília? Fale um pouco do que sabe sobre a arte de Rua do DF.
Sim, já fui a Brasília, gostei muito da estrutura... vi alguns trampos nas ruas... Conheço o trampo do Guga um Recifense que vive ai, mas ainda não conheço muito a galera dai... Pretendo um dia poder conhecer e fazer algumas ações tb.

8 – Como é a cena da arte urbana em fortaleza?
A cena em Fortaleza esta crescendo, tem muita galera agindo, grupos que estão a um tempão na estrada e uma galera nova também... Como todas as cidades distantes do grande centro do país, as coisas realizadas aqui não tem muita divulgação nacional. Mas temos bons artistas, pessoas que estão num nível que não deixa a desejar quanto a artistas de Sampa e outros países.

9 – Qual a sua visão sobre a arte urbana do Brasil em comparação a outros países? O que está faltando no Brasil?
No Brasil temos um diferencial forte quanto ao restante do mundo... Vejo que temos um estilo próprio, que é meio independente do que rola por ai. Mas também tem algo que está meio universal, que vemos em qualquer lugar do mundo. O nordeste é muito rico culturalmente e serve de influencia pra muita gente, podemos ver traços de xilogravura, de personagens tipicamente nordestinos no trabalho de alguns cabeções de Sampa. Os caras bebem da cultura daqui, mas não vemos seus trabalhos nas ruas dessa região. Foram poucos os que vieram pintar por aqui... 
Temos ótimos artistas e precisamos nos organizar melhor...Pra frente e avante!!!!
 

Rua DF



Artista: Tempo (lambe-lambe)
Localidade: W3 Sul